Há mais de meio século
Num momento todo especial, há 60 anos, depois da terrível 2ª guerra mundial, as famílias de então sentiram o vazio das perdas de familiares, o vazio das perdas afetivas, o vazio de pessoas queridas que não mais estavam na família. Mas, como superar momento de tanta crise entre os que ficaram nas famílias?
Um grupo de pessoas se reuniu, e as pessoas não viam outra saída a não ser buscar essas famílias necessitadas e apoiá-las em seu caminho, sendo para elas uma luz diante das poucas certezas que ainda restavam. Essas pessoas acreditaram e foram organizando o serviço de atender essas famílias. Assim nascia o Movimento Familiar Cristão.
Um pouco de sua história
NASCIMENTO: Uruguai, final dos anos 40. Ali se fizeram as primeiras experiências de grupos de casais, mas a criação oficial foi em 1950. Os pioneiros desses grupos foram os casais Soneira, Gelsi, Gallinal, acompanhados do Padre Pedro Richards.
Os respingos da crise pós-guerra não ficaram só na Argentina e no Uruguai. O Brasil se ressentia dessa crise e, em julho de 1955, durante o Congresso Eucarístico Internacional realizado no Rio de Janeiro, os casais uruguaios e os argentinos trouxeram as sementes do MFC e as partilharam com os casais Lya e Sollero, Jean e Neusa, Júlio e Madalena. Este último casal articulou um encontro de casais dos países citados com Dom Helder Câmara (então, Pe. Helder Câmara) e Pe. Távora que se reuniram com casais brasileiros da Ação Católica, no Ministério da Educação, no Rio de Janeiro. E nascia o MFC no Brasil. Coincidentemente, neste momento histórico, acontecia também o nascimento da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e o CELAM – Conselho Episcopal da Latino -Americano. E o MFC iniciou a sua caminhada.
O apostolado familiar e a espiritualidade conjugal foram as primeiras promoções do recém-nascido MFC, somando-se aos apostolados do Movimento de Ação Católica. Antecipando-se ao Vaticano II, o MFC colocou em prática algumas ideias que incentivam uma maior e mais efetiva participação dos leigos na Igreja. Acolhida a ideia, formaram-se três equipes de casais em Niterói e no Rio.
A primeira equipe nacional assume a expansão, viajando de avião, de jeep, de ônibus ou de jegue, criando núcleos do Movimento que empreendiam pelo Brasil afora. E foi organizada por Júlio e Magdalena Barros Barreto, Nelson e Gabriela Parente, Jean e Neuza Schwartz e Frei Lucas Moreira Neves.
Depois de muito trabalho e de alegria para os pioneiros, O MFC recebeu a calorosa aprovação do Papa no CELAM – Conselho Episcopal Latino Americano e da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – de raízes na fé católica – recebe também casais de outras confissões religiosas. Passaram-se os anos, estruturou-se o MFC e o crescimento foi notado porque as famílias sentiram que o serviço transformava o ser e o viver das famílias.
Através de convites pessoais e/ou de Encontros Conjugais, formaram- se – e ainda se formam – pequenos grupos com 10 a 12 pessoas, para facilitar um melhor entrosamento e aprofundar laços afetivos. Esses pequenos grupos são abertos à integração contínua de casais, de viúvos(as), de separados(as), de divorciados(as), de jovens e de filhos, abrindo possibilidades aos seus integrantes de viver um processo comunitário com troca de experiências, de revisão de vida, de reflexão crítica sobre os acontecimentos que afetam a sua vida conjugal, familiar, profissional, social, política e religiosa.
O confronto de opiniões, a troca de experiências e a ajuda mútua darão o tom em cada reunião, delineando – assim – seus caminhos. Seus membros deverão manifestar-se livremente, apresentando as suas próprias perspectivas e experiências pessoais com espontaneidade para confrontos fraternos com as dos demais. Hão de ser fecundos, se houver abertura, tolerância, humanidade, atenção e hospitalidade à palavra do outro. Esses debates servirão para a remoção de pequenos e de grandes obstáculos à vivência mais harmoniosa das relações conjugais e de toda a família.
As reuniões seguem o método participativo, libertador e transformador da sociedade, cabendo a cada membro colocar, a serviço do grupo, todos os seus dons. É o transmitir e o receber conteúdo, através de método dialogal, em que todos terão voz e vez, não havendo nem professor, nem aluno. A sabedoria é a vivência. É a cultura que brota do saber de cada um. É o respeito pela palavra do outro. Todos têm problemas, mas longe do encontro ser objeto de lamentações, sendo tudo de profunda reflexão, é um transformar a vivência numa experiência positiva a fim de alargar os próprios horizontes e possibilitar o contato direto com os problemas do mundo.
O MFC promove, a cada três anos, um encontro em nível nacional, ENA e, a cada quatro anos, um Encontro Latino Americano – ELA. São momentos fortesnos quais toda a base se prepara estudando, refletindo os temas propostos para a realização desses grandes eventos. Neles são avaliados os trabalhos realizados, são pesquisados novos caminhos que se abrem às famílias, e estudam-se as realidades do mundo que estão em contínua transformação.
Quem se beneficia dessa formação toda que o MFC alcança é a família, que se abre para a compreensão dos grandes problemas sociais da modernidade, levando-a a se preocupar mais responsavelmente pela promoção global de todas as famílias, especialmente, as mais carentes, as incompletas pelo abandono do lar por algum membro da família ou pela viuvez, ou por aquelas famílias marcadas pela marginalidade de vícios, pela doença ou pela ignorância. Essa formação é planejada para que, educando os pais, a educação dos filhos aconteça.
Ainda, o MFC desenvolve muitas atividades de promoção familiar e social, com a participação dos membros de suas equipes: as ações muito conhecidas são as de preparação ao casamento, os encontros de casais, os debates com pais ou com alunos nas escolas, a manutenção de instrumentos e os centros de orientação conjugal e familiar, além de desenvolver trabalhos com menores carentes, com drogados e com outras classes que representam problemas sociais.
Coordenações Nacionais
1955-… – Deve ter havido uma coordenação inicial talvez não formal.
… -1962 – Presidentes: Julio e Madalena Barros Barreto – Rio de Janeiro-RJ.
1962-1965 – Presidentes: Jorge e Ana Luiza Hue – Rio de Janeiro-RJ.
Assistente: Frei Lucas Moreira Neves.
1965-1968 – Presidentes: Ned e Maria Smith – São Paulo-SP.
Assistente: Frei Lucas Moreira Neves.
1968-1971 – Presidentes: José e Beatriz Reis – Belo Horizonte-MG.
Vices: Celso e Sylma Andrade.
Assistente: Dom Lucas Moreira Neves.
1971-1974 – Presidentes: José e Maria Augusta Silveira – Porto Alegre-RS.
Vices: Antônio e Renita Allgayer.
Assistente: Pe. Firmino Dalci.
1974-1977 – Presidentes: Hélio e Selma Amorim – Rio de Janeiro-RJ.
Vices: Adolfo e Júlia Furtado.
Assistente: Pe. Alfonso Garcia/RJ.
1977-1978 – Presidentes: Alencar e Maryvan Rossi – Sorocaba-SP.
Vices: José e Lya Sollero – São Paulo-SP.
Assistente: Pe. Martin Segu Girona/São Paulo-SP.
1978-1980 – Presidentes: José e Lya Sollero – São Paulo-SP.
Vices: Francisco e Lourdes Van Acker – São Paulo-SP .
Assistente: Pe. Martin Segu Girona/São Paulo-SP.
1980-1986 – Presidentes: Itamar e Neide Bonfatti – Juiz de Fora-MG.
Vices: Geraldo e Vilma Fonseca – Belo Horizonte-MG.
Assistente: Pe. Dalton Barro de Almeida (02 gestões).
1986-1989 – Presidentes: Sérgio e Lúcia Dantas – Rio de Janeiro-RJ.
Vices: José e Ione Assis – Belo Horizonte-MG.
1989-1992 – Presidentes: Marcol e Inês Gomes – Maceió-AL.
Vices: Amauri e Ana Lúcia Soares.
1992-1995 – Presidentes: José e Ione Assis – Belo Horizonte-MG.
Vices: Arthur e Elza Diniz – Belo Horizonte-MG.
Assistente: Pe. Félix Valenzuela.
1995-1998 – Presidentes: Márcio e Valéria Leite – Fortaleza-CE.
1998-2001 – Luiz Carlos e Rita-MG
2001-2004 – Sebá Leao-MA
2004-2007 – Mozart e Didi-MG
2007-2010 – Ariadna e Zé Newton-CE
2010-2013 – Eduardo e Ismari-PR
2013-2016 – Adalberto e Sonia-MS
2016-2022 – Rubens e Rosana-BA.